Oi meu povo!
Quero começar agradecendo pois semana passada foi a festa da minha igreja, e eu até deixei o convite pra vocês. Foi uma bênção e fiquei feliz com a presença de todos os que estiveram lá. Ah ocorreu tudo direitinho com a dança, e ministramos pra a glória de Deus!
Bom, durante esses últimos dias eu andei meio tristinha. A minha irmã ia cortar o cabelo e eu aproveitei a carona. Nós só queríamos aparar as pontinhas. Mania de mulher, né? (Só as pontiiiiiinhasinhasinhas!!!!)...
Pra que você entenda melhor, vou te falar um pouquinho da minha trajetória quanto a corte de cabelo. Quando pequena, a minha mãe amava me ver de cabelo curtinho. Eu só andava com ele, no máximo, na altura dos ombros, e com uma franja. Todo mundo falava que eu parecia uma índia ( e eu achava que estavam me chamando de bicho do mato (mas que percepção minha essa de criança!)... Se fosse por mim, eu não cortava nunca. Mas... sempre minha mãe me levava ao salão, e em prantos eu pedia pra a pessoa que fosse cortar “Só as pontinhas! Dois dedinhos, no máximo!”. Quase 100% das vezes, as pessoas não escutavam, e sempre faziam conforme o que a minha mãe pedia, cortavam mesmo! E assim foi toda a minha infância... Eu chorava toda vez que tinha que ir ao salão (Acho que é por isso que até hoje eu quase nunca vou! Rsrs...). Mas depois que fui ficando dona do meu nariz, e já podia dizer: “QUERO ou NÃO quero meu cabelo assim”, fui deixando ele crescer. Mas não sei o que é que acontece com a maior parte dos cabeleireiros (claro que não são todos!), que quando tem um cabelo grande em mãos, pra aparar as pontas, não conseguem se contentar, e cortam bem mais. Nessa ultima quinta-feira, depois de muito tempo , fui cortar meu cabelo, e como sempre, pedi que só tirasse as pontas. Primeiro a minha irmã cortou, e a mulher cortou bem pouquinho, quase nada, como ela tinha pedido. Eu já fiquei tranquila (bom, com essa daqui eu posso relaxar!). Quando minha irmã terminou, foi a minha vez, e lá fui eu, dizendo pra tirar DOIS DEDINHOS, explicando que eu gostava de cabelão, e que era pra cortar o mínimo. Ela mais uma vez falou pra eu ficar tranquila, disse que já tinha entendido que essa era a família dos cabelões, e que eu não me preocupasse porque ela não era do tipo que se empolgava pra cortar quando via cabelão. Bem tranquila fiquei...
Quando ela terminou, que eu olhei no espelho, ela tinha cortado mais de um palmo (um palmo e dois dedos, mais precisamente).
Eu nem consegui reagir. Peguei o dinheiro, paguei, não falei nada e entrei no carro. (O pior é que ainda tive que pagar por isso!). Só fiz fechar a porta, e comecei a chorar. Fiquei arrasada! Eu tinha confiado e ela me frustrou, por completo.
Talvez você prefira se cabelo curto, não faça um pingo de questão dele grande, ou até nem goste. Talvez você nem preste tanta atenção nisso, caso seja homem(e não ligue pra isso!), e acha uma “bobagem de mulher” essa coisa de não querer cortar tanto o cabelo. Mas quem tem cabelo grande, fica sem cortar um tempo pra ele crescer, e gosta dele assim, sabe exatamente do que estou falando. É terrível você sair do salão com essa sensação de “não foi isso que eu pedi!”.
Fiquei a tarde e a noite inteira bem triste com isso... Só melhorei depois que fui consolada por tanta gente linda!
Mas me senti extremamente incomodada com um paralelo que fiz. Fiquei me perguntando por que eu me abalei tanto com um corte de cabelo ( e meu cabelo cresce rápido!), e eu não fico tão chocada assim com as outras questões, que são muito, muito, muito mais importantes.
Bilhões de pessoas morrem todos os dias de fome, sem conhecer a Jesus, almas estão se perdendo a cada segundo, e nós estamos preocupados com NOSSO EU, nossa aparência, nossa profissão, nossas coisas e mais coisas...
É triste saber que eu não choro pelas crianças de tantos lugares do mundo que não tem o que comer, toda vez que vejo reportagens e filmes, e sei dessa realidade.
Vamos acordar, amadurecer, nos indignar, agir... O mundo depende de nós, espera por nós. Até quando continuaremos dormindo?
Depois de um dia pensando nisso, o choro cessou, as palavras se foram e iniciaram as reflexões... Essa mudança precisa começar primeiramente em mim!
Que Deus nos abençoe e nos faça entender a Sua natureza, a essência do seu Reino, e nos dê a consciência do que é a verdadeira adoração (aquela que não se restringe aos momentos dentro da igreja).
Uma semana de paz e quem quiser continuar com o cabelão, não vá ao salão! =P
Indy Ribeiro